Autocompaixão: como olhar para as nossas sombras com amor

Publicado por: Clínica Dra. Rosa Basto

Autocompaixão: como olhar para as nossas sombras com amor

A compaixão refere-se ao desejo de aliviar o sofrimento dos outros, agindo com bondade e necessidade de exercer cuidados que proporcionem alívio. Envolve ação, empatia e a adoção de cuidados numa atitude de não julgamento. A autocompaixão é tudo isso, mas dirigido a si mesmo/a remetendo, assim, para uma atitude focada no autocuidado.


Kristin Neff, psicóloga e investigadora, estudou pela primeira vez este conceito, central no budismo, defendendo que a sua prática envolve treino, atenção sobre nós próprios, bondade e uma atitude de não-julgamento. É deixar de estar focado no “erro” e numa atitude de recriminação e julgamento e passar a perceber todos os resultados das suas experiências como feedback das suas ações, isto é, considerando que não existe fracasso em si, mas sim “respostas” que podem ser utilizadas para crescer, aprender, amadurecer e tentar fazer de forma diferente.

Esta mudança de perspetiva sobre o que lhe acontece ocorre na medida em que escolher olhar para as suas experiências internas e externas com maior compreensão, amor e aceitação.

“não existe fracasso em si, mas sim “respostas” que podem ser utilizadas para crescer, aprender…”

Repare também que a palavra aceitação tem escrita a palavra “ação” em si mesma, ou seja, aceitar envolve a ação de escolher fazer diferente, olhar para as soluções disponíveis e optar por uma delas… e às vezes a nossa melhor solução é amar(nos).

A seguir encontram-se alguns exemplos de práticas compassivas que quando usadas melhoram significativamente o bem-estar:

  • Falar e cuidar de si mesmo como faria se fosse com um dos seus amigos;
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  • Permitir-se parar por breves períodos de tempo ao longo da semana: se quer melhorar a sua relação consigo mesmo e começar a usufruir de tempo de qualidade para si mesmo;
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  • Questionar-se com regularidade: “como é que eu posso cuidar mais de mim hoje?” e fazer algo agradável por si mesmo;
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  • Dizer “não” aos outros, colocando limites saudáveis: por vezes dizer não aos outros é dizer sim a nós próprios;
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  • Realizar toque terapêutico/de suporte a si mesmo: dar um abraço a si mesmo pode ser algo reconfortante que transmite cuidado e apoio a si mesmo. Outros exercícios de toque podem incluir batidinhas suaves em determinadas zonas do corpo de forma a ativar o sistema nervoso parassimpático que é responsável por estados de relaxamento e calma;
As Batidinhas antiansiedade são um exercício simples onde as “pancadas suaves” em pontos letárgicos, representadas no nosso corpo, sugerem um bom relaxamento. Este exercício está presente no livro “Comece a Viver Agora”, onde a Dra. Rosa Basto traz-nos dicas e exercícios para vencer o medo e a ansiedade.

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  • Identificar sentimentos, pensamentos ou sensações menos confortáveis de experienciar (ex: tristeza, raiva, nervosismo, etc.), sem os julgar negativamente: observar como os pensamentos mudam constantemente com uma atitude de curiosidade vai permitir cultivar uma atitude de desapego e não-julgamento em relação aos mesmos;
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  • Manter um diário onde possa registar os sentimentos mais desconfortáveis que experienciou, identificando-os de uma forma compassiva, fará com que desenvolva mais facilmente uma atitude de não-julgamento e de apoio para consigo mesmo;
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  • Realizar regularmente respiração profunda, de forma a proporcionar sensação de relaxamento;
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  • Apreciar e usufruir de aspetos belos e simples da vida (como por exemplo, observar o pôr do sol, sentir o cheiro das flores, etc.), vai permitir desenvolver a sua atenção ao momento presente e também sentimentos de gratidão e alegria.

Lembre-se que a prática de autocompaixão requer treino diário e é um caminho… quanto mais praticar mais fácil será olhar para si mesmo com amor e compreensão e agir em prol de melhores soluções para si e, assim, sentir maior bem-estar.

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